Mulherzinha

Nunca tive muito saco pra cuidados de beleza. Tipo: maquiagem, escova/chapinha, manicure, cremes e afins.
Já fiz tratamento de espinha na adolescência, e achava insuportável lavar o rosto, passar creminho. Fazia porque não tinha jeito. Era isso ou ficar feia. Escova, só em dia de festa. Sempre foi sacrifício ir ao salão. Comecei a gostar de cortar o cabelo quando descobri um que - além de ter mãos mágicas - cortava num ateliê próprio, sem aquele clima-revista-de-fofocas.

Além disso, nunca gostei de ir ao shopping (apesar de ADORAR ter roupitchas novas pra usar), e o mais abominável sempre foi escolher roupas de festa. Talvez simplesmente por me achar incompetente no assunto. Minha analista (ex) tinha várias teorias sobre o porque de eu não curtir esse tipo de coisa, mas nenhuma delas me convenceu, modos que não vou nem me dar o trabalho de escrever aqui.

Com o passar dos anos, aprendi a importância do protetor solar - e uso até o labial. Percebi também que unhas sem fazer não são nada apresentáveis no ambiente de trabalho, e vou à manicure 5as feiras na hora do almoço. Não acho legal, mas deixou de ser uma tortura. Comprei um secador de cabelo "for dummies", desses que já vem com a escova embutida. Quase nunca uso, mas ele existe. O que seria impensável 5 anos atrás.

Toda essa introdução foi pra explicar porque seria impensável que eu estivesse, com um mês de antecedência, saindo pra escolher a maquiagem e o esmalte que vão ficar melhor com o vestido que eu estou fazendo pra um casamento. Procurando penteados e presilhas. Até experimentei uma maquiagem em cada olho na MAC pra ver qual eu gostava mais. A moça me ensinou direitonho como usar hehehe. Sabe o que é mais impressionante? Estou curtindo tudo isso!

Confesso que a motivação não é das mais nobres. Serei madrinha nesse casamento, mas "da parte do noivo". Assim, todas as outras 10 madrinhas tiveram direito a escolher a cor do vestido antes de mim (por serem próximas à noiva). E tinha um vestido marrom MARAVILHOSO, usado apenas uma vez no casamento da minha irmã. Não pode. Não importa que seja COMPLETAMENTE diferente do da outra. Foram vários emails, telefonemas, estresses. E sabe o que eu fiz? Escolhi outro vestido (a facada foi grande entre vestidos, acessórios. maquiagem), de uma cor linda, que a menina que "queria fazer vermelho" ainda não tinha comprado, então PERDEU PRAYBOY. E resolvi que seria a mais linda do casamento. Só de pirraça.

Acabei gostando dessa história de me esforçar pra ficar linda! Acho que finalmente entendi a graça de tudo isso...