5.6.07

Tudo Palhaço

Resolvi fazer my own private Homem é Tudo Palhaço, e colocar algumas pérolas que eu tive obrigação de viver na minha pouca experiência. Vale lembrar que um fui presenteada com um primeiro-namorado maravilhoso logo aos 14 anos. O namoro durou até os 16, e a única palhaçada dele foi deixar de gostar de mim antes de eu deixar de gostar dele. Justamente por isso demorei a perceber que homem faz palhaçada mesmo e aturei muita coisa que não precisava, achando que todo mundo tinha as mesmas intenções que o moço...

A primeira palhaçada a gente nunca esquece

Essa foi antes até do primeiro namorado. Eu era bem, bem inexperiente aos meus 13 aninhos. Num carnaval em Teresópolis tava ficando com um palhacinho lindo (na época, hoje ele ta preguinho) de 16 anos. Estilo galinha mesmo. A gente ficava juntos direto no condomínio onde eu tava com os meus tios.
De volta ao Rio, eu apaixonadíssima, engato um relacionamento por telefone com ele. Conversávamos durante horas. É claro que eu ligava muito mais que ele, mas ele também dava uma corda. Até que um dia falei que eu ia à praia, pra ele ir comigo. Marcamos um local, horário, e nada. Aí eu tive a brilhante idéia de ir pra calçada ligar pra ele do orelhão (lembrando que na época ninguém tinha celular). Depois de muitas tentativas ele finalmente atendeu e mandou um: Passa aqui embaixo e a gente conversa! Claro que eu não fui, né? Que programa é esse? Ir até o prédio do sujeito conversar com ele?

Outro dia ele ainda passou na porta da minha escola pra me dar uns beijinhos e pediu pra eu apresenta-lo pras minhas amigas! (tipo: não tem nenhuma amiguinha legal pra me apresentar? Como assim, Bial?!). Depois dessa, nunca mais liguei pra ele (e nem ele me ligou).

E como se não bastasse, meses depois de falecido (eu já no meu namoro sério) ele me liga pra dizer que ia acampar, se por acaso eu não tinha uma barraca pra emprestar pra ele.

Palhaçada!

O Palhaço-Mor

Não sei se quem merece o título é ele ou eu, que aturei a peça por 4 anos... Esse era palhaço no dia-a-dia, mesmo. Do tipo que adorava uma briga, a ponto de ficar berrando e dando porrada no volante no Humaitá porque descobriu que eu vi errado o horário do cinema... e eu aturando.

Aprontou várias, mas por enquanto vou relatar só as campeãs de audiência:

· Depois de ter feito de tudo pra eu terminar com ele (porque não tinha coragem, claro) e me implorar perdão depois e eu voltar com ele, combinamos de ir a um show no Canecão. Era show do Lenine, eu REALMENTE queria ver. Nos encontramos na casa dele, onde estavam a irmã dele e alguns amigos, bebendo (clássico pré-night). Pecebi que ele estava abusando do Sake, e acho que no final ele tinha tomado um garrafa inteira sozinho. Cheguei a comentar, mas não queria ficar enchendo o saco justo num momento de reconciliação. Bom, fomos ao Canecão e assim que começa o show o palhaço também começa seu próprio espetáculo. Claramente passando mal, pergunto se ele quer alguma coisa (água, ajuda pra andar até o banheiro, sei lá...). Ele não quer nada. Até que eu vejo que ele não tem mais condições de ficar lá (já estava caindo em cima das pessoas) e boa moça que sou resolvo leva-lo pra casa ao invés de ligar o foda-se e curtir meu show. Detalhe: ele não queria ir pra casa. Tive que convence-lo do seu estado deplorável, ir com ele até o Rio Sul pegar o carro, e ir até a casa dele dirigindo o carro do pai dele (detalhe: eu tinha acabado de tirar carteira, e até hoje ODEIO dirigir carro dos outros; pra completar o carro era câmbio automático, eu não sabia como funcionava e o palhaço assim que entrou no carro apagou). Levei o dito cujo até Laranjeiras, coloquei na cama, e ainda tive que pagar o táxi de volta pra minha casa. Que furada! No dia seguinte ainda tinha que acordar cedo pra minha aula de francês. Claro que quando eu cheguei da aula meus pais tavam me perguntando o que tinha acontecido porque o palhaço tinha ligado pra minha casa 300 vezes já. E ele SABIA que eu fazia francês no sábado. Desnecessário.
· Essa é digna de palhaço Vigilantes do Peso. Estávamos em Visconde de Mauá curtindo um friozinho com outro casal. Paramos em frente a uma loja que vende aqueles doces caseiros, e eu e a outra menina sonhando com os doces na vitrine... até que ela diz: Ah, pena que não dá pra ficar comendo doce, né? Ao que meu palhaço particular responde: Porque? Você ta magrinha! Eu e você tamos bem? Quem tem que se preocupar com isso é a Lúcia e o **** (namorado dela). HEIM???? Detalhe: eu já estive um tanto acima do peso, mas nunca fui gorda. E mesmo que estivesse gorda: isso lá é coisa que se diga?
· E o Grand-Finale: essa foi num reveillon, depois de 4 anos de namoro. Ele tinha acabado de se mudar a trabalho pro Espírito Santo, ainda estávamos adaptando a relação. Na época eu tava com problemas gástricos sérios, não podia comer qualquer coisa. Nem ficar sem um banheiro decente por perto. Eis que ele teve uma escala de trabalho esquisita no feriado, e resolveu não vir pro Rio. A irmã dele ia acampar numa praia a ½ hora daonde ele morava, e ele ia ficar lá com ela. Óbvio que eu não podia ir, mas fiquei tranqüilona. Deixa o palhaço se divertir. Dia 31 à tarde eu tento ligar pro celular dele (prevendo o congestionamento de linhas à noite) e desejar feliz ano novo, dizer que queria estar com ele, essas coisas. Ele não atende. Ligo algumas vezes sem sucesso até que deixo um recado bonitinho explicando que poxa, queria falar com você, e não deixar recado, etc. O espetáculo começa. Dia primeiro não consigo falar com ele de novo e fico puta. Dia 2 à noite por acaso tento de novo, e ele atende (!). Falo com ele tudo que eu tava sentindo, que era tudo uma palhaçada, e não lembro como nem porque ele termina comigo naquele telefonema mesmo. É claro que eu fiquei irritada com a falta total de consideração e falo poucas e boas pra ele, mas juro que sem dar nenhum chilique. Aí ele me diz pra eu ligar pra ele numa hora que eu esteja mais controlada, que não queria falar comigo naquele estado. Bom, nunca mais liguei. E sabem do que mais? Isso foi numa 3ª feira. No sábado seguinte era aniversário da irmã (sempre ela), e ele veio pro Rio que ia ter um churrasco. Não é que ele encontra minha melhor amiga no churrasco (namorava o primo dele), apresenta a namorada nova (!) pra ela, e pede pra ela não me falar nada (!!!!!!!!), que ele quer me falar pessoalmente. Ele jura, né? To esperando até hoje o palhaço me ligar. Muito moleque, mesmo. Mas até que soube surpreender até o fim do espetáculo.

Miscelânea...

· O palhaço, ao saber que eu estudo Engenharia na UFRJ, começa a falar que eu devo ser a pessoa inteligente do mundo, essas coisas... Eu entro numa de que não é bem assim, e tal. Primeiro que eu acho que não tem nada a ver uma coisa com a outra, e daí se ele estuda na Cândido e eu na UFRJ. Depois que dado que conheço todo mundo que estuda lá – e inclusive tenho amigos de faculdade – acho normal esse padrão de “alta inteligência”. Já estou de saco cheio do papinho dele, no que diz ele solta a pérola: diz que que se sente até diminuído na minha presença, porque eu sou mais inteligente que ele. Cuma? Não sei se disse isso como elogio, ou porque se sentiu mal mesmo, mas se eu saí com ele é porque estava interessada, né? Pô, não se garante não???
· Esse é Vigilantes do Peso ao contrário. Além de porco. Encontrei um amigo de primário numa festa. Detalhe que não nos víamos desde o primário, mesmo. Outro detalhe importante é que ele é bem gordinho, sempre foi. Mas eu sou uma pessoa livre de preconceitos. Ficamos, ele pegou meu telefone, marcamos um cinema na semana seguinte. Ele sugeriu o filme, e eu vi que estava passando no Estação Botafogo, que eu gosto. Quando nos encontramos, ele me vem com um: Você deve ser bem culta, pra marcar nesse cinema. (ué, mas foi ele quem escolheu o filme!). Fingi que não ouvi e segui em frente. No cinema, ele passa o ombro por trás de mim (aquele abraço clássico de cinema) e sinto o CC. Disgusting. Depois de um tempo consigo me desvencilhar. Na saída do cinema, ele espera o ônibus comigo (o ponto dele era pro outro lado) e começa a falar que os amigos iam tomar um choppe, mas que com aquele barrigão ele não tava podendo. E falou vários detalhes sobre a gordura dele, e etc. Ui! Não sei se ele quis mostrar que estava preocupado em emagrecer e que era vaidoso, mas a verdade é que eu não estava incomodada com o físico dele. O que me incomodou foi a escolha bizarra de assunto pro primeiro encontro. Desagradável. Pra completar eu tava com uma blusa ligeiramente curta (e de jaqueta por cima) que deixava aparecer alguns milímetros da minha barriga. E não é que ele ficava abaixando a minha blusa pra eu ficar totalmente coberta? Completamente sem loção.
· Saio com um palhacinho super legal algumas vezes esporádicas, até que num dado fim de semana ele não liga. Segunda de manhã mando uma mensagem de texto pra ele: Senti sua falta no fim de semana. Não é que ele me liga na própria segunda à tarde (eu tava de férias, ele trabalhava de manhã só) e fala pra gente ir passear? Resultado: o sujeito me fez ir até o Barrashopping trocar alguma coisa com ele, e nem ficou comigo. Só queria a carona mesmo, viu que eu tava dando mole... ninguém merece palhaço interesseiro!
· Outra grande palhaçada é o namorado não ter dinheiro nunca pra sair com você, e assim que terminam levar a nova pretendente pra jantar no japonês. Posso?
· Palhaço desmemoriado: você fica direto com o cara, e vocês têm amigos em comum. Até que um dia todo mundo combina de ir pra Mariuzzin. Chego na fila, vou falar com o palhaço e ele faz cara de paisagem, finge que não conhece. O pior é que paga mico e passa por mal-educado na frente dos amigos.

1 Comments:

At 10:40 AM, Anonymous Anônimo said...

Adorei saber os detalhes sórdidos!! Quem nunca aturou um palhaço por anos a fio que atire a primeira pedra... Faltou contar as palhaçadas da convivência familiar!!

beijinhos da sua maninha

 

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