22.2.05

...Todas as Coisas...

Sabe, tem vezes que eu nem sei dizer ao certo o que é que eu tanto gosto em você. Só sei que gosto e pronto. Talvez seja a cor dos olhos, talvez o jeito de me olhar. Pode ser a música, ou a maneira tranqüila de lidar com as coisas, talvez a atenção que você dispense pra todo mundo, seu jeito de trabalhar. De repente é só a possibilidade de te observar tão de perto e ao mesmo tempo te sentir tão mistério. Te ver como um embrulho pra abrir aos poucos, achar um jeito de ir te desvendando sem estragar a surpresa do final. Te encontrar é comer cada vez um pedacinho do bolo e ir deixando a cobertura pro final, e ao mesmo tempo querendo chegar logo lá.

Tem vezes que fico triste com uma certa distância, mas acabo esquecendo tudo quando o telefone toca e é você. Se você soubesse todas as coisas que eu penso - e sinto - quando estamos juntos. Todas as coisas que passam pela cabeça também quando não estamos juntos, e que eu não consigo te dizer.

Em alguns momentos sou pura certeza, em outros dúvida total. Não sei o que você sente, não sei o que você quer comigo ou o que você quer de mim. Pareço uma criança, mesmo. Fico esperando sinais, demonstrações, mas os sinais que eu recebo parecem todos trocados, descoordenados, contraditórios até. Tem as horas que eu quase chego a achar errado gostar de você, me deixar envolver. Acho que na verdade eu não queria. Não queria gostar MAIS do que você. Muitas vezes penso em terminar tudo, tenho um discurso pronto na minha cabeça, e começa assim: Não sei se isso vai funcionar pra mim... É, não sei porque eu achei que essa era a palavra ideal - funcionar. Passa exatamente o que eu gostaria de dizer. O discurso traria também: Não quero ser o que você faz quando não tem mais NADA pra fazer. É, é assim que eu me sinto... eu quero estar com alguém pra quem eu seja importante de verdade. Forte isso, né? Mas essa é uma frase que vem me martelando a cabeça. Idéia fixa, mesmo. O final eu não consegui fazer, acho que ia depender da sua reação a todas essas coisas. Eu até queria, mas realmente não sei se consigo lidar direito com essa coisa da casualidade, do descompromisso... queria mais. E não é uma questão de te ver mais, afinal nos vemos praticamente todos os dias. Quando digo que sinto falta de você é dos beijos, do carinho, de proximidade - no outro sentido menos óbvio da palavra. De sentir que é de verdade.

A questão é que é tão difícil começar uma conversa dessas com você... Eu não sei nada dos seus sentimentos, não parece caber em nenhum momento que passamos juntos. Além disso quando estamos juntos eu normalmente esqueço de todas essas inseguranças. O que me vem à cabeça é: Afinal, não é delicioso do jeitinho que tá? E o pior - ou melhor - é que eu realmente acho que é.

Bom, por enquanto é isso!

OBS: Na verdade o nome desse post é: Um pouquinho de todas as coisas que não consigo te dizer. Foi reduzido drasticamente por motivos óbvios.

Eu dou Bom Dia!!!!

Acho que desde que me entendo por gente dou bom dia e suas variantes (boa tarde/boa noite) pra todo mundo: o motorista e o cobrador do ônibus, o porteiro da escola e da academia, o segurança e as moças da limpeza na faculdade, sei lá... todo mundo com quem eu trave algum tipo de contato. Acho que é questão de educação, e não custa nada. De mostrar que eu percebi SIM aquela pessoa, que ela não faz parte da paisagem como parece fazer pra tanta gente.

Acho que todo mundo gosta, e já eatou tão acostumada que quase não reparo mais nas reações, mas o engraçado é que muita gente se espanta.

Tipo: 6hs da manhã entrando no ônibus, para o cobrador:
- Bom dia!!
- Ãhn?!
-Bom dia...
-Ah, tá... pra você também.

É como se as pessoas não tivessem esperando nunca nenhum tipo de gentileza, e o mais legal é que na maioria das vezes elas te retribuem na mesma moeda. Na verdade não sei se é tão legal assim, afinal na cidade-maravilhosa-das-pessoas-simpáticas não deveria parecer tão anormal alguém se dar ao trabalho de ser legal com os outros.

Várias vezes o comentário vem de alguém que está ao meu lado, assim:
-Nossa, como você é simpáica! Deu até boa noite pra ele...

É, parece que tratar bem os outros é excessão mesmo... equanto isso, eu confesso:
EU DOU BOM DIA!!!! (espero que seja contagioso...)

13.2.05

O Amor (Arnaldo Antunes)

Li esse texto num livro de escritos do Arnaldo Antunes e não resisti... Foi publicado na Folha de São Paulo, em 12/06/95. Aí vai:

O amor, sem palavras. Ou. A palavra amor, sem amor. Sendo amor, ou. A palavra ou. Sem substituir nem ser substituída por. Si, a palavra si, sem ser de si de si gnada ou gdificada por. O amor. Entre si e o que se. Chama amor, como se. Amasse (esse pedaço de papel escrito amor). Somasse o amor ao nome amor, onde ecoa. O mar, onde some o mar onde soa. A palavra amor, sem palavras.

só um parêntese (é assim que escreve?)

Algumas pessoas inimagináveis tem aparecido como leitores assíduos do meu blog, e muitas reclamando da falta de posts. Recebi pedidos de aviso por email quando eu postasse alguma coisa nova.
Caso você queira entrar pra lista, escreve pra mim! Se não quiser entrar pode escrever alguma coisa assim mesmo que eu adoro receber!

Anota aí:

luciarosenblatt@yahoo.com.br

Eu dou bandeira!!!!!

Em tempos de Big Brother, é inevitável cair em discussões do tipo: "você jogaria? até que ponto vale a pena jogar?". Parece até que jogar necessariamente é tramar e fazer planinhos contra os outros. Afinal de contas, se aquilo é um jogo tá TODO MUNDO jogando. Ou é normal ficar confinado numa casa com pessoas desconhecidas e passando por provas ridículas diariamente? Enfim, pra mim isso já é jogar...


........

Mas o que eu queria falar na verdade é outra coisa: eu não sei jogar!!!! Quero dizer na vida, nos relacionamentos... simplesmente não consigo. Alguns me recriminam por isso. Às vezes acho normal, mas tem vezes que eu queria tanto... mas não dá. Eu SÓ consigo ser EU MESMA. Se eu quero ligar eu ligo, se me sinto mal eu falo, se estiver adorando também. Poxa, será que é tão errado? Acho que se alguém vai gostar de mim tem que ser por causa da minha maneira de ser inclusive, e não porque eu esperei pra ligar que é pra ele sentir saudades ou porque eu saí com um amigo pra botar um pouquinho de ciúmes... Eu dou bandeira MESMO!! (acho até que vou criar uma comunidade no Orkut...).

Tem vezes que eu me sinto criança de novo, quando eu escondia alguma coisa em uma gaveta e ficava bem na frente dela pra minha irmã não procurar ali, ou que eu ficava "soltando" dicas de um segredo que eu não queria que ninguém descobrisse. É... acho que sempre fui assim. Na verdade eu não quero esconder as coisas. Eu só acho que que seria a coisa certa a se fazer algumas vezes...

.........
OBS: a comunidade já está lá, é só entrar!

12.2.05

TPM

Ela não falha nunca. Todo mês dá um jeito de aparecer.

No começo chegou meio tímida, era uma dorzinha de cabeça, um pouco de cólica, algumas espinhas. Depois as cólicas passaram a ser insuportáveis e haja remédio pra domar a fera...

Durante um tempo cheguei a pensar que tava tudo sobre controle, que era coisa do passado... (incomodada ficava a sua avó!), mas de uns tempos pra cá percebi que era só uma trégua. Onde só havia sintomas físicos foram aparecendo outras dores, dores insuportáveis, todas as piores sensações juntas de uma vez. Ela não tem pena...

É tão esquisito entender uma coisa dessas... ontem tava tudo bem, eu tava feliz, e blablabla. Hoje estou insegura, me sentindo sozinha, sentada do lado do telefone que não toca e que quando toca nunca é quem eu quero (nem vai ser, já que ninguém vai resolver meu problema). Além disso tem o ciúme, a baixa auto estima, e outras coisas que não sei nem o nome mas dá um nó na garganta...

O pior é que eu sei que a melhor coisa é me isolar, já que o contato com os outros pode provocar danos irreparáveis em relacionamentos até então saudáveis. Tenho que esperar passar, mas como fazer o tempo passar mais rápido? Como ignorar os olhos que toda hora enchem d'água sem motivo? O desabafo blogueiro foi a melhor alternativa que encontrei no momento.

Tem alguém aí??????

Bom, espero que o próximo seja mais otimista (ou pelo menos mais corriqueiro).