13.11.05

Só se sentindo Só

Você dormindo ao meu lado. Na cama não - no Ônibus. Eu contando as novidades e as histórias que você vai sonhar e não vai entender porque.
Você tocando no violão os sons que podem virar música. Eu assisto um filme. Construindo pensamentos, desfazendo sentimentos.

Suas coisas tão minhas, coisas minhas tão suas. Porque será que a gente não mistura pra fazer um só - e quem sabe até se encontrar - em vez de só ficar junto (mas se sentindo só)?

Devolva-me

Meu riso ficou com você
A música também
O tesão ficou com você
Não está em mais ninguém

Junta tudo depois liga que eu vou buscar
tudo que é meu que tem aí
que você não tem que guardar

Meu apetite
Meus limites
O amigo invisível
Minha calma
Tudo de mais incrível
Quem sabe até a alma?

Junta tudo depois liga que eu vou buscar
tudo que é meu que tem aí
que você não tem que guardar

8.11.05

Vim pra casa sentir falta
do seu cheiro
do som do violão
e pandeiro

Te procurei pela praia
e nos cantos que fui
no banco do meu carro
elevador parado

Em todos os discos
em todas as palavras
em todos os cachos

Faz um som assim
um barulhinho bom
pra eu saber de você
quando eu ouvir

Tem chuva na janela
a fome que aperta
preguiça de botar a leitura em dia
pilha de trabalho por fazer
música pra tocar
letra pra escrever
pra me comunicar

pra te mostrar
como eu quero
como é que eu gosto
de você
que quem eu gosto
é só você

Coisas tão sem importância
um nada qualquer
qualquer faísca
que me faça ver
que eu posso crer
Que faça crer

Uma dessas coisas
que eu faço o tempo todo
Vem e tenta!
Me mostra!

Um nada que me tire do comum
que me bote de novo no eixo
do extraordinário

5.11.05

Cotidiano III

Às sete uma pequena parte acordou pensou dirigiu estudou
Meio dia essa parte almoçou esqueceu trabalhou lembrou
Cinco horas saiu suou sofreu sorriu pagou
Depois atravessou conversou assistiu limpou
Onze horas essa parte deitou descansou acabou

O resto de mim o dia todo sonhou que estava contigo